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Exército do Sindicato do Crime do RN tem mais de 4 mil pessoas, diz Polícia Civil
A facção não mediu esforços para desafiar o Estado e se utilizou de sua capilaridade em várias regiões do RN para espalhar os “salves”

Publicado em 19/03/2023 09:49 - Atualizado em 19/03/2023 09:49

Foto/Magnus Nascimento

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Da Tribuna do Norte - Fundado há quase 10 anos fruto de uma dissidência do Primeiro Comando da Capital (PCC), o Sindicato do Crime do RN (SDC-RN) demonstrou, nesta semana, a capacidade de aterrorizar a sociedade potiguar, numa semana em que o Rio Grande do Norte foi palco de cenas de violência, incêndios, fechamento de comércio e serviços básicos.

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A facção não mediu esforços para desafiar o Estado e se utilizou de sua capilaridade em várias regiões do RN para espalhar os “salves” que surgiram de dentro dos presídios e de outros estados. Segundo informações da Divisão Especializada em Combate ao Crime Organizado (Deicor-RN), da Polícia Civil, o SDC-RN possui um exército de filiados que pode ultrapassar os 4 mil integrantes. Esses membros são declaradamente batizados na facção. Aliado a isso, há a estimativa de que haja um contingente de simpatizantes de mais 10 mil membros.

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A capilaridade do SDC-RN pôde ser vista nos ataques que assustaram o RN em toda a semana: pelo menos 38 municípios em todas as regiões do Estado foram alvos dos criminosos, que deixaram prejuízos para comerciantes e trabalhadores. Segundo apurações do Ministério Público do RN, os ataques teriam oferta de R$ 100 a R$ 300 para os criminosos, mas sem confirmação de pagamento.

“Eles atuam como uma empresa que se instala na cidade e os criminosos vão aderindo aos poucos,  ganhando por comissão e trabalhando para substituir o Estado. Quando provocados, atuam como grupos terroristas, utilizando o terror como linguagem”, avalia o professor Francisco Augusto Cruz, especialista em segurança pública. Para o pesquisador, que acompanha o fenômeno das facções desde 2017, há presença do SDC-RN em praticamente todos os municípios potiguares.

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“Eles lutam por interesses ilegais, seja de drogas, negócio de armas, roubos. Eventualmente podem ter alguma “ética” nas comunidades onde ocupam, mas conforme a conveniência deles. Na primeira oportunidade, eles vão quebrar até esta “ética” que é minúscula. O Sindicato é uma organização criminosa”, apontam fontes do MPRN acerca dos ataques a patrimônio de trabalhadores, queima de ônibus.

Para o delegado Luciano Augusto, diretor-adjunto da Deicor-RN, é difícil estimar um percentual de cidades nas quais o SDC possui células e atuações contundentes, mas as investigações apontam que em Natal e Grande Natal, o domínio de atividades criminosas e territorial ultrapassa os 90%.

“O tamanho da facção tem uma média de 14, 15 mil filiados, simpatizantes. Nem todo mundo é batizado dentro daquele juramento. Declaradamente faccionados são cerca de quatro mil, temos esse dado, pois já passaram pelo sistema penal e optaram por ficar no Sindicato, não querendo ficar no neutro nem no PCC. Nos interiores pequenos quem comanda é o PCC, mas aqui na Grande Natal e Natal é 98% do Sindicato, porque Macaíba tem uma célula do PCC. Em Mossoró divide-se um pouco com Caveiras, GDE e PCC, em outras cidades. Em interiores pequenos, para o tráfico não é interessante comandar atividades de cidades com poucos habitantes. Onde há a venda da droga, essas pessoas são obrigadas a contribuir para o caixa da facção”, analisa.

Questionada sobre o crescimento da facção criminosa, a delegada-geral de Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva não confirmou e nem negou a quantidade de membros. “Lamentamos esse crescimento do crime se organizando e a presença dele. As forças estão trabalhando e continuarão atuando. Estamos identificando as lideranças como a operação dessa sexta, com 18 prisões. Fizemos outras operações também no interior do Estado, com mais prisões. Temos esse mapeamento, nossos trabalhos de inteligência estão monitorando e atuamos integrados para combater essa criminalidade organizada e os levando à justiça na forma da lei. Não questiono o dado, mas a Polícia Civil tem investigações tanto agora como de outras, mas quanto a esse número, não confirmo”,  disse.


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