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Brasil
Mãe se revolta com lixo dentro de caixão do filho que morreu após ter atendimento negado por seis hospitais
Andreia da Silva também se surpreendeu com a altura da urna funerária em que o filho havia sido colocado

Publicado em 12/01/2023 11:07

Foto/Reprodução

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Do G1 - A mãe de Vitor Augusto Marcos de Oliveira se revoltou após descobrir, pouco antes do enterro, que o caixão do filho havia sido preenchido com pó de serra aparente, caixotes de madeira e folhas de jornal para que o corpo do jovem ficasse nivelado dentro da estrutura.

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Andreia da Silva também se surpreendeu com a altura da urna funerária em que o filho havia sido colocado. "Tamanho exorbitante, grotesco, feio, horroroso", disse ela.

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O jovem de 25 anos morreu dentro de uma ambulância em frente ao Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte de São Paulo, após tentar vaga em seis unidades de saúde e não conseguir atendimento por falta de equipamentos para pacientes obesos.

"Eu não tinha descoberto essa fraude. Brincaram de novo com o peso do meu filho. Mais uma vez, gordofobia. Meu filho estava em cima do lixo", lamentou Andreia da Silva, mãe da vítima.

O que diz a funerária e a Cooperaf

A funerária Trianon, responsável pelo caixão, disse ao g1 que não tinha responsabilidade pelo estado do caixão, apenas pelo transporte de Vitor. Informou também que a responsável pela preparação do corpo e da urna funerária para o velório seria a Cooperaf, uma cooperativa de tanatopraxia.

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Procurada pelo g1, uma representante da Cooperaf afirmou que o nivelamento do corpo com papéis e a utilização de pó de serra são práticas habituais na área. Ao ser questionada pela presença dos caixotes de madeira, encerrou a ligação.

Lourival Panhozzi, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), disse ao g1 que os protocolos adotados estão "absolutamente fora dos padrões estabelecidos" e que "responsabilidades precisam ser apuradas".

"Primeiro: uma urna do tamanho adequado deveria ter sido usada. Colocaram uma de tamanho superior à necessidade. Segundo: o preenchimento do fundo da urna, quando necessário, jamais pode ser feito com restos de materiais. O corpo foi apresentado à família de maneira inadequada", disse Panhozzi.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens que mostram o caixão preenchido com os materiais estão sob análise. "Exames periciais foram solicitados, e estão em fase de elaboração, e serão analisados pela autoridade policial tão logo forem concluídos. As diligências estão em andamento para esclarecer os fatos", diz em nota.

MP instaura inquérito contra secretarias da Saúde de SP

O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou, na segunda-feira (9), inquérito contra as secretarias municipal e estadual da Saúde para apurar a morte de Vitor. O jovem não conseguiu atendimento em maca especial para pessoa com obesidade e morreu na porta do Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte da capital, na quinta-feira (5) após tentar vaga em seis unidades de saúde.


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