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A Latam anunciou que vai demitir ao menos 2,7 mil tripulantes devido à crise causada pela pandemia de coronavírus. A empresa propôs redução permanente dos salários dos funcionários, o que não foi aceito pelos trabalhadores nas assembleias conduzidas pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
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“As circunstâncias excepcionais causadas pela pandemia resultaram em um colapso na demanda global que não apenas levou a aviação a praticamente uma paralisação, mas também mudou o setor para o futuro próximo”, justificou a empresa em nota sobre as dispensas.
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A empresa disse ainda que já tinha, em outras ocasiões, tentado fazer as reduções de salário para manter a sustentabilidade financeira. “Das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor”, acrescenta a nota da empresa.
Negociação
O presidente do SNA, Ondino Dutra Cavalheiro, disse que a categoria poderia aceitar uma redução temporária, como os acordos que foram feitos com outras empresas do setor aéreo. “Embora a categoria não esteja disposta a fazer uma negociação de redução permanente de salário, a categoria e o sindicato têm disposição, sim, de continuar negociando uma redução de salário e jornada temporária para preservação dos empregos”, enfatizou em transmissão para comentar o anúncio das demissões.
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Segundo Cavalheiro, a empresa informou que serão demitidos 315 comandantes, 349 copilotos e 2.058 comissários de voo. Ainda de acordo com sindicalista, houve a adesão de 139 comissários, 33 comandantes e 7 copilotos ao programa de demissão voluntária proposto pela empresa entre 31 de julho e 4 de agosto.
O diretor de relações internacionais do sindicato, Marcelo Ceriotti, expressou uma “tristeza muito grande” pelo desfecho das negociações. “É, talvez, o pior momento na história da aviação para um tripulante ficar desempregado”, ressaltou ao se dirigir à categoria.
Recuperação judicial
O Grupo Latam passa, desde maio, por um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. No início de julho, a filial brasileira também ingressou com o pedido de reorganização financeira com base na lei de falências norte-americana, assim como as afiliadas no Chile, Peru e Equador.
O grupo já conseguiu um financiamento de US$ 900 milhões para ajuda a reorganização financeira da companhia. No Brasil, estão sendo feitas negociações para um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Com isso, a LATAM está se reestruturando para emergir como um grupo de companhias aéreas mais ágil, resiliente e sustentável”, afirma a nota da empresa.
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